quarta-feira, 24 de novembro de 2010

24-10-2010 - “Ética e Sujeito” em pauta na aula da Especialização em Comunicação em Saúde

http://www.esp.rs.gov.br/default.asp?mostra=3&id=1073


Como deve o profissional de mídia portar-se diante das constantes transformações, cada vez mais rápidas, do mundo contemporâneo? O que fazer e o que informar quando premido entre a contingência do status quo vigente e as reivindicações em prol dos desfavorecidos, que não têm sequer as suas necessidades básicas satisfeitas?

Foi tentando fornecer alguns subsídios para responder a estas e a algumas outras perguntas que o professor Pedro Luiz Osório veio à ESP no último dia 22, para falar à turma do curso de Especialização de Comunicação em Saúde. Sua aula fundamentou-se no seguinte tema: “A Ética, o Sujeito e a Comunicação”.

O professor explicou que a comunicação impõe determinações sobre a cultura, economia e política. E que não se abordam estes temas sem tomar em consideração as manifestações dos meios de comunicação que impõem pautas, decisões, rumos. E é preciso ter um ponto de vista que se dá em uma realidade que impõe determinadas decisões.

Pedro Luiz propôs aos alunos percorrer um caminho no qual fosse preciso teorizar alguns fenômenos, e “pensando na ética que nos levasse a um caminho de concretude, na direção dos movimentos sociais”.

Ele salientou ainda o cuidado que o comunicador deve ter com as respostas fechadas aos problemas. E falou que “a vida é uma constante mudança, e por isso não podemos aceitar as respostas fechadas”. Prosseguiu dizendo que nada é definitivo, tudo é preciso construir, valendo isto para todas as relações pessoais, respeitando nossos princípios.

Osório abordou também questões relativas a moral e a contratualidade e a sua especificidade, o “ético” e o dever ser”, o projeto em aberto e a construção da essência. Ainda abordando a questão da ética na comunicação, mostrou em gráficos o não reconhecimento de autonomia relativa do particular; códigos que não dialogam com a sociedade; reino da amoralidade e moralidade não apriorística, afirmando que “jornalismo é uma forma social de conhecimento”.

Em sua aula, o professor falou sobre instâncias de pactuação e repactuação, capacitação social e alternativas, fim do “cheque em branco” aos operadores privados, equacionamento de conflitos e busca de consensos; de consumidores a sujeitos e cidadãos frente a comunicação. Também, construção humana, possibilidade de liberdades, intersubjetividade, encontros e perdas foram assuntos que permearam as discussões do grupo.

“Estamos sempre construindo determinações e a comunicação é a que mais representa a grandeza e a precariedade da práxis humana”, lembrou o jornalista.

Muitas outras questões envolvendo ética foram debatidas, tais como: pragmatismo e utilitarismo (agir em causa própria), diferenças e particularidades dos indivíduos e a autonomia relativa ao particular.

Jovelina Xavier Pinto
Assessoria de Comunicação
Escola de Saúde Pública do RS

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