quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Teoria Sistêmica foi o tema da palestra do professor chileno

O chileno Raul Zamorano Farias, professor de filosofia do direito na Universidade Autônoma do México (UNAM), a convite da ESP, se fez presente na escola, para ministrar aula do Curso de Especialização de Comunicação em Saúde. E aproveitou para explicar um pouco sobre a teoria sistêmica e suas vinculações com a saúde.

O professor falou sobre a importância dessa proposta teórica par o ensino que é uma virada de 180 graus para nossa formação em ciências humanas e sociais, que deve estar sempre em discussão.


A teoria do sistema não tem a pretensão de constituir-se na verdade – do ponto de vista científico tal não existe. Estamos habituados a falar com conceitos formalizados.


A teoria é, na realidade, uma nova oferta para pensar e repensar os nossos problemas sociais, a política, a democracia, a saúde, a educação. Temos que aprender normas para viver com os outros. Não podemos viver sós, pois não vivemos em uma ilha.


A teoria tem muitas variantes. Sua intenção é construir uma arquitetura teórica para a concepção de um mundo social, como ele funciona, como são os direitos, a democracia, a ciência. Aqui precisa-se da noção de que o conhecimento de transforma, se repassa.
O conhecimento é darmo-nos conta de que a realidade social é uma construção de cada ser humano, de como cada pessoa tem o seu olhar diferenciado para cada questão. De acordo com este princípio, nas palavras de Raul, “não existe uma verdade científica”. Para isto, ele faz uma analogia com o tempo: olhamos as horas para nos guiarmos, mas cada um tem seu tempo, porque ele não existe. Mais um exemplo: existe o conceito de família tradicional há aproximadamente uns 200 anos – antes, porém, não era assim.


A sociologia neste caso tem valor científico, uma vez que é utilizada como instrumento.
Cada um de nós tem diferentes valores – embora cada um desses valores pessoais seja importante para cada pessoa – mas a ciência social deve ser pensada da mesma maneira, mesmo com esta diferença de valores pessoais. Ela deve ser refletida como um todo, embora não tenhamos a capacidade de desenhar o mundo inteiro. Todas as teorias que foram elaboradas têm uma concepção religiosa. “O mundo está ordenado pela razão humana”, acrescenta o professor, parafraseando o filósofo Immanuel Kant.


Também menciona ele o matemático Spencer Brow, segundo o qual “o homem constrói fazendo diferenças, e não porque é um animal racional”. Isto para ilustrar suas palavras seguintes: “se não tenho a a diferença, não tenho nada, por isso eu preciso ter a diferença”. Essa é a reflexão sociológica entre dois lados, de acordo com ele, para que exista um sistema e para que este sistema exista deve existir um outro lado para, assim, existir a relação de causa e efeito, para formar o entorno do que nós construímos.


Essa diferença não se estabelece como diferença social se não a comunicarmos. Por exemplo: desejo mover-me de um lugar para outro – minha intenção.


O professor enunciou o conceito de sociedade como sendo “o conjunto de todas as comunicações sociais possíveis daquilo que pensamos e expressamos”. Esse processo de comunicação é o que pensamos e transmitimos. Cada um percebe o mundo de uma maneira determinada. E nesse ponto do contexto é que Raul lembrou do papel do direito: indicar aquilo que não se pode fazer. E assim, fazendo eco ao conceito previamente definido da teoria sistêmica, cada um constrói uma verdade social.


http://www.esp.rs.gov.br/default.asp?mostra=3&id=1029

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